Eu não sou pessoa de fazer festa nos meus aniversários. Eu gosto mesmo é de fazer desafios nesse dia que me façam recordar essa data para sempre. Olhando para trás, não me recordo dos dias do meu aniversário em que não fazia nada de especial. Assim nunca mais me esqueço dos meus 40 anos no topo do Kilimanjaro, dos Açores aos 41, da ultramaratona (82km) aos 42 e este ano, do desafio 4x4x48.
Às tantas sou que estou a ficar velha e a arranjar maneiras de provar que estou fresca e fofa… mas não. Eu vibro mesmo é com oportunidades que me desafiem e que me façam sair da minha zona de conforto. Este ano, a ideia do desafio surgiu depois de ouvir um episódio do Podcast do Rich Roll “Roll On: True Endurance” com o Co-autor do livro do David Goggins “Can’t Hurt Me”, Adam Skolnick. Opaaaaa… as borboletas na barriga que senti ao ouvir este episódio. Comecei a fazer contas e achei que era perfeito para o meu aniversário deste ano:
4x4x48
4 milhas (6.45km)
de 4 em 4 horas
durante 48 horas
a terminar no dia 4 de Outubro
pelo meu 43.° aniversário
Segmentos
Sábado dia 02:
17h00
21h00
Domingo dia 03:
01h00
05h00
09h00
13h00
17h00
21h00
Segunda dia 04
01h00
05h00
09h00
13h00
Total: 12 etapas / 77km / 43 anos
Ele há coisas que tu sentes que são maiores e mais fortes do que tu e que por mais que te digam “és maluca, não vais conseguir”, sentes que aquele é o caminho. Foi o que aconteceu. Não saio desta experiência iluminada e com grandes teorias motivacionais. Saio antes com o orgulho de ter conseguido manter o foco e a determinação durante todo o desafio físico e mental. Lidar com o cansaço físico e a privação de sono é difícil mas mandar calar esta voz interior que volta e meia aparece a mandar-te para a cama porque não sentido nenhum estares a correr de madrugada e à chuva, é mil vezes mais desafiante. Mas, por mais dor que pudesse sentir, sono e cansaço, nunca me passou pela cabeça desistir. “Só paro quando acabar”, era o que me passava pela cabeça e acabei! “Morta”, mas feliz. Podes ver a aventura que foi aqui.
Sem qualquer pretensão de guru mas antes de alguém que palmilha “estrada” digo-te com profunda convicção que, qualquer coisa que acredites e que sintas aí no teu peito que é para ti, segue esse caminho. Por ti e só por ti. Pelo caminho, haverá sempre alguém a apoiar-te, a estender-te a mão, a olhar para ti e quem sabe, a ganhar coragem e motivação para fazer o mesmo.